Profile

Jefter é missionário no Japão e ministro da Igreja Verbo da Vida desde de meados de 2012. Formado em Letras Japonês pela Universidade de Brasília em 2010; também estudou na Universidade de Waseda entre 2011/2012. Desde de 2013 serviu como secretário e professor do Centro de Treinamento Bíblico Rhema Japão. Atualmente auxilia igrejas no Japão, principalmente através do ensino da Palavra e do ministério de música. Também tem contribuído em diversas atividades voluntárias como monitor nas aulas de português da Universidade de Yamanashi no primeiro semestre de 2016, e ensino de português para idosos na cidade de Chuo em Yamanashi.

Vision

Ensinar fé para os japoneses

Ser Missionário..

Ser missionário é muito interessante. É diferente. É divertido. Minha primeira estadia no Japão foi como estudante de uma renomada universidade em umas das maiores metrópoles do mundo, Tokyo. Aquele primeiro contato me trouxe diversas impressões do Japão para mim, impressões que se fixaram de alguma forma no meu subconsciente. Vejo isso como plano de Deus, Ele quis que eu vivenciasse essas coisas. Lá eu tive contato diário com japoneses de diversas localidades, além de conhecer pessoas do mundo todo. Construir alguns velhos e bons amigos. Congreguei em uma igreja muito diferente do que estava acostumado a ver. E foi bom! Morei com um completo desconhecido norte americano do qual fiz uma boa amizade e pude arranhar um inglês. Conheci várias partes do Japão, a maioria dos lugares que havia sonhado um dia pisar.

Quando eu vim para Yamanashi, mais ou menos 6 meses após meu retorno ao Brasil, foi outra grande experiência. Pela primeira vez comecei a morar no interior. Um lugar peculiar e naturalmente muito lindo. Uma cidade completamente circuncidada por montanhas, bem do lado do famoso e imponente Monte Fuji. Porém com um estilo de vida bem diferente do que estava acostumado a viver. Cadê o barulho? A hora do rush? Aquela agenda repleta de atividades quase sufocante e milimetricamente calculada? Existem vários outros detalhes, mas que agora não é propício falar. Contudo, dessa vez, eu deixei de ser um estudante, e vi com um status de missionário, um jovem missionário. A minha vida tomou um ritmo completamente diferente. Não gosto de pensar missões com uma visão romântica, mas também não quero soar negativo. Gosto do equilíbrio. Nem ouso falar como quem já soubesse tudo sobre missão. Continuo sendo aquele jovem missionário, mas com um pouco mais de estrutura. Enfim, eu passei por ajustes, eu tive que me ajustar, ou melhor continuo me ajustando, mas no início foi mais, vamos dizer, incisivo. E foi bom!

Agora cheguei ao ponto desse texto, que foi minha luta por me inserir na sociedade. Eu tive que dar um pouco [muito pouco] de contexto para que você entendesse até aqui. De fato, esse assunto está longe de ser concluído nessas breves linhas. Gosto muito de ser missionário, fui chamado para isso, mas, talvez, o status, ou as constantes atividades eclesiásticas, me deixaram um pouco a parte de viver a sociedade. Desculpa, estou sendo injusto dizer assim, na verdade envolve outras coisas também. Uma, pelo fato de o povo japonês ser realmente um povo mais recatado e introspectivo [falando genericamente]. Não gosto de usar o termo, como alguns usam pejorativamente, "frios". Não creio que eles sejam "frios". Eles só têm a maneira deles de se expressar, que muitas vezes é incompreendida por nós estrangeiros. Outro ponto, como disse anteriormente, eu era um jovem missionário [continuo sendo], e pela minha imaturidade e falta de compreensão em diversos assuntos, gastei certo tempo aprendendo a me mover por aqui.

O bom de trabalhar no RHEMA é poder ter contato com diversas pessoas e chamados. É bom conversar com eles e ouvir suas experiências. O pastor Isaac, missionário no Portugal, veio ao Japão logo no ano de fundação da escola e eu tive o prazer de estar com ele vários momentos e trocar ideias sobre diversos assuntos. Ele me deu alguns bons conselhos e gostei muito quando ele falou sobre sua inserção em Portugal. Ele se "despiu" da sua posição pastoral, me entenda, não digo que ele deixou de ser pastor, mas ele começou a praticar jiujitsu como uma pessoa qualquer. Ele se misturou com a galera. Praticou com excelência, participou de campeonatos, teve excelentes resultados, e fez do seu hobbie um meio de ter contato com pessoas e poder influenciá-las.

Hoje, depois de alguns anos, eu posso dizer que estou me movendo melhor na minha cidade. Demorei um pouco até aprender a lidar com o dom que me foi confiado. Estou inserido em três atividades diferentes que me permitem acesso a japoneses. Realmente eu tive que passar alguns anos para poder aprender as regras do jogo. Não é fácil estar em outra sociedade, outra cultura. Você não pode agir como costumava, porque você não será compreendido. Uma característica que você tem que ter é adaptabilidade, mas nunca deixando de ser quem você é. Concluindo, para mim, antes o povo de Yamanashi era um povo conservador, difícil de ser conversar. Agora, depois de conquistar a confiança deles e aprender melhor como mover as peças, consigo falar com maior tranquilidade com eles. Para começo, está bom! Mas minha visão vai longe! Eu quero atingir a sociedade toda. E não só o Japão, eu quero alcançar a Ásia também.

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